Saiba tudo sobre Transplante de Órgãos e Tecidos no Brasil
O que é doação de órgãos e tecidos?
A doação de órgãos ou de tecidos é um ato pelo qual manifestamos a vontade de doar uma ou mais partes do nosso corpo para ajudar no tratamento de outras pessoas. A doação pode ser de órgãos (rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão) ou de tecidos (córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical). A doação de órgãos como o rim, parte do fígado, parte do pulmão e medula óssea pode ser feita em vida. A doação de órgãos de pessoas falecidas somente acontecerá após a confirmação do diagnóstico de morte encefálica.
O que é morte encefálica?
A morte encefálica é a perda completa e irreversível das funções encefálicas (cerebrais), definida pela cessação das funções corticais e de tronco cerebral, portanto, é a morte de uma pessoa.
Geralmente, são pessoas que sofreram um acidente que provocou traumatismo craniano (acidente com carro, moto, quedas etc.) ou sofreram acidente vascular cerebral (derrame) e evoluíram para morte encefálica.
Após a parada cardiorrespiratória, pode ser realizada a doação de tecidos (córnea, pele, musculoesquelético, por exemplo). A Lei 9.434 estabelece que doação de órgãos pós morte só pode ser feita quando for constatada a morte encefálica.
foto: wayhomestudio
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>> IMPORTANTE: A doação só poderá ser realizada, no caso de paciente em morte encefálica, se houver autorização de um familiar, como previsto em lei. Se os familiares não autorizarem, a doação não poderá ser realizada.

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Quero ser doador de órgãos e tecidos. O que devo fazer?
Se você quer ser doador de órgãos ou tecidos, primeiramente avise a sua família. Para ser um doador, basta conversar com sua família sobre o seu desejo de ser doador e deixar claro que eles, seus familiares, devem autorizar a doação de órgãos ou tecidos. No Brasil, a doação de órgãos só será feita após a autorização familiar.
Os órgãos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT).
Quais são os tipos de doador?
Existem dois tipos de doador.
1 - O primeiro é o doador vivo. Pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não prejudique a sua própria saúde. O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores. Não parentes, só com autorização judicial.
2 - O segundo tipo é o doador falecido. São pacientes com morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais, como traumatismo craniano ou AVC (derrame cerebral).
Para quem vai os órgãos e tecidos doados?
Os órgãos e tecidos doados vão para pacientes que necessitam de um transplante e já estão aguardando em uma lista de espera única. A compatibilidade entre doador e receptores é determinada por exames laboratoriais e a posição em lista é determinada com base em critérios, como tempo de espera e urgência do procedimento. A doação é um ato humanitário, que pode beneficiar qualquer pessoa, sem distinção de sexo, credo, raça, etc.
Na doação em vida, é possível escolher para quem o órgão será doado, desde que atendida à legislação vigente. Para a doação após a morte, nem o doador, nem a família podem escolher o receptor. Este será sempre o próximo da lista única de espera de cada órgão ou tecido, dentro da área de abrangência da Central Estadual de Transplantes (CET) do seu Estado.
53.218 pessoas
estão aguardando por um transplante no Brasil (dados de setembro de 2021)
10.363 órgãos
e tecidos foram transplantados
até setembro de 2021
37,8% das famílias
recusaram a doação de órgãos de
seus parentes após morte encefálica comprovada em todo o Brasil em 2020.
Alguns Números
Tempo de isquemia de cada órgão
O tempo de isquemia é o tempo de
retirada de um órgão e o transplante
em um receptor. Quanto menor o tempo, mais rápida é a recuperação do órgão.
Coração: 04 horas
Pulmão: 04 a 06 horas
Rim: 48 horas
Fígado: 12 horas
Pâncreas: 12 horas
aproximadamente 5%
dos pacientes esperando na fila por um órgão entre janeiro e junho de 2021 faleceram
Fonte: Os textos desta página foram retirados do site do Ministério da Saúde e revisados pelo Dr. José Huygens Parente Garcia, presidente da ABTO.